Considerações Errantes
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Marcos:

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-Universitáro falhado



quarta-feira, fevereiro 15, 2006

O Escolhido

No meu prédio vive um cão (esperem, não fechem ainda a janela, não vou falar sobre os meus vizinhos), um cão que eu nunca tinha visto e que sinceramente só sabia que existia porque ele tem certamente um tamanho e um peso considerável. de maneira que sempre que ele saia d casa em ouvia-o. O facto de este cão viver no meu prédio não me despertava nenhum pensamento em especial excepto um ocasional "Espero nunca me encontrar com ele nas escadas..."
E assim a vida segui o seu curso. Eu e o cão sem pensar um no outro fazíamos as nossas vidas a minha talvez menos divertida do que a dele mas pelo menos não envolve cheirar os rabos de outros indivíduos da minha espécie de maneira que eu não me queixo.
Certo dia vou eu a chegar a casa e encontro uma pequena multidão nas imediações do meu prédio, tendo mais que fazer não ligo e espremo-me por entre o aglomerado de humanos para chegar até casa. Assim que passei a porta fui interpelado pela minha mãe "Já sabes o que aconteceu?". O ar grave na cara dela não deixava antever nada de muito alegre por isso as hipóteses que me vieram á cabeça foram (não necessariamente por esta ordem):
-O Mário Soares não aguentou a ressaca da derrota e deu entrada na morgue á coisa de meia hora.
-O Benfica foi fechado por dívidas ao fisco.
-Não há dinheiro para fazer o jantar.

Errado, errado e errado (se bem que as duas primeiras até são credíveis).
-Sabes aquele cão grande que vive cá no prédio? -aceno afirmativo Atirou-se da varanda...
-Do 3º andar??!!
Nem respondeu. - Caiu um cima de um carro, partiu-o todo.

Cruel destino para um animal daquele porte mas todos têm a sua hora. O carro, vi-o mais tarde, tinha ficado realmente como se lhe tivessem deixado cair um elefante em cima e os relatos que mais tarde ouvi não tinham sido coisas nada bonitas, todos eles envolvendo um mínimo de 10 litros de sangue.
E pronto as escadas ficaram silenciosas de novo, sem as desenfreadas correrias daquele mamute de trazer por casa. Até este fim-de-semana...
Sentado ao computador ouvi o ruído familiar de patas de gigante almofadadas a galgar os degraus em direcção à porta da rua. Corri para a porta de minha casa e vi o animal pela primeira vez, preto e tão grande que em duas patas fiaria mais alto que eu. "Um animal destes a viver num apartamento, não admira que se tenha suicidado". click click click "ESPERA LÁ!! SOBREVIVEU?!!!" Abri a porta, á minha frente estava um animal que tinha saltado e, queda livre de um terceiro andar e esmagado um carro por baixo dele. Não lhe toquei, perguntei ao dono "Ele está bom?" "Tem umas costelas partidas mas já pode ir á rua."
Umas costelas partidas?? Isso acontece-me ás vezes quando espirro, quando caio do 3º andar morro e não protesto!! É que nem me passa pela cabeça sobreviver! Começo logo a contar os trocos pata ver se tenho dinheiro para pagar ao barqueiro que me vai levar para o outro lado do rio.
Aquele cão sobreviveu por alguma razão, aquele cão vai desempenhar um papel importante no mundo, salvar alguém ou desempenhar um papel fundamental na história da humanidade. Não podia morrer, ainda não cumpriu a sua função.

lestat01 at quarta-feira, fevereiro 15, 2006






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Considerações Errantes 2005