Considerações Errantes
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Marcos:

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segunda-feira, janeiro 30, 2006

Fim do mundo

Todos sabemos que ele vai chegar mais dia, menos dia. Eu pensei que era ontem.
Estava eu descansado, frente ao computador a estudar (pode ser uma surpresa para quem me conhece) quando fiquei convencido que o mundo estava perto do fim. Os extraterrestres tinham chegado e a aniquilação da espécie humana estava por horas.
Da rua, através da janela chegavam gritos histéricos típicos de uma pessoa que está prestes a ser desmaterializada por uma arma desconhecida empunhada (caso a criatura tenha punhos) por um ser nunca antes visto. Num instante surgem-me na cabeça imagens de uma guerra apocalíptica da humanidade pela sobrevivência que acabaria com uma derrota redundante. Apesar de saber que estava condenado olhei rapidamente em volta em busca de qualquer objecto que pudesse ser utilizado para adiar a minha mais que certa morte. O cenário não era muito positivo. Tudo o que eu tinha era um canivete suíço, uma garrafa com restos de iogurte líquido da madrugada passada (que poderia usar na eventualidade extremamente improvável de os invasores serem alérgicos à lactose), várias canetas que poderiam ser usadas como estacas (altura em que pensei que não sabia se as criaturas tinham coração, ou onde o tinham), e um cachecol do Benfica. A lógica por trás desta ultima arma é simples, muitas pessoas acreditam que os extraterrestres são homenzinhos verdes assim, o cachecol do Benfica poderia ser usado para os manter a uma distância segura (pelos menos 3 pontos). De repente uma tontura. "oh não... já fui pensei eu" mas no instante seguinte percebi que a tontura tinha afinal sido provocada pela recordação do jogo de sábado. "Não penses em Benfica, tens que te manter lúcido..."
Mais 1 grito. Pelo som deu para perceber que vinha da minha vizinha de cima. "Já estão dentro do prédio, tenho que me despachar se quero escapar com vida." E queria, queria muito escapar á invasão inicial e juntar-me à resistência que iria incluir membros de todo o mundo (menos da França, os franceses iriam adoptar a sua já outrora usada politica de cooperação e acabariam á mesa dos invasores (como prato principal)), resistência essa que viria posteriormente a ser eliminada através da força bruta e da esmagadora vantagem numérica.
Outro grito. Desta vez vinha da minha própria casa, da sala. A guerra para mim começava ali. Peguei nas minhas armas enquanto pensava "O que é que o MacGyver faria? Bom provavelmente pegava no iogurte no canivete e no cachecol e fazia uma ogiva nuclear... devia ter visto mais episódios.". Revi mentalmente todos os documentários e filmes sobre extraterrestres que já tinha visto, talvez algo que tivesse visto num deles me viesse a salvar a vida. Enquanto agradecia ao Spielberg, ao Ridley Scott, ao James Cameron, ao Discovery Channel e ao Oddisseia com o cachecol ao pescoço o canivete numa mão e o iogurte na outra saí do meu quarto.
"Anda ver anda ver!!" gritavam da sala enquanto espreitavam pela janela. "Desfile pelas ruas? Estes tipos iam gostar de ter conhecido o Hitler" Aproximei-me da janela.
Não era um desfile bélico de armas nunca vistas. Era só neve.

Voltei para o quarto e pousei as armas de uma batalha que nunca cheguei a travar.
"Um dia..." pensei "um dia..."

lestat01 at segunda-feira, janeiro 30, 2006






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Considerações Errantes 2005